Qual
é a imagem do feminino nas artes? Essa é uma das perguntas propostas pela
edição 2013 do FAN, ao lançar um olhar mais cuidadoso sobre a
relação/função/espaço da mulher na arte. Especificamente em relação às artes
visuais, é possível perceber como a mulher é vista e tratada pela sociedade em
inúmeras pinturas e esculturas.
Iemanjá,
por exemplo, foi trazida para cá pelos africanos escravizados, tornando-se uma das
principais representações do feminino e ganhando um significado próprio no
Brasil. Suas esculturas estão espalhadas por todo o país, próximas a praias ou
lagos, uma vez que ela pode ser comparada à figura das sereias que seduzem os
viajantes.
A
partir daí, podemos também observar a representação da mulher na arte
Ocidental, pela qual normalmente é vista como objeto sexual ou de afazeres
domésticos. Não por acaso, até hoje, as mulheres são vítimas de preconceito e
subjugadas ao poder masculino, ao contrário do que se prega na superfície. Basta
analisar quantas artistas conseguiram consolidar suas carreiras, se fizermos
uma comparação com os tantos pintores e escultores que marcaram presença na
história das artes visuais.
Apenas
na Modernidade é que as mulheres conseguiram abrir um espaço mais evidente,
ainda que muito aquém da potência de seus trabalhos. É aí que finalmente
podemos ter um olhar feminino pelo próprio feminino, nos dando a oportunidade
de compreender, de forma mais complexa e interessante, um universo outrora
restrito a espelhar-se em estereótipos.
Dessa
forma, o FAN 2013 convida o espectador a conhecer e refletir melhor sobre o
feminino em nossa cultura, assim como na de nossos irmãos. Muitas vezes, é
pousando os olhos no outro que podemos perceber a nós mesmos. Aweto!
(post escrito a partir de uma
conversa esclarecedora com Antônio Sérgio, coordenador das ações de Artes Visuais,
no FAN 2013)
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