terça-feira, 22 de outubro de 2013

O feminino e as artes visuais



Qual é a imagem do feminino nas artes? Essa é uma das perguntas propostas pela edição 2013 do FAN, ao lançar um olhar mais cuidadoso sobre a relação/função/espaço da mulher na arte. Especificamente em relação às artes visuais, é possível perceber como a mulher é vista e tratada pela sociedade em inúmeras pinturas e esculturas.

Iemanjá, por exemplo, foi trazida para cá pelos africanos escravizados, tornando-se uma das principais representações do feminino e ganhando um significado próprio no Brasil. Suas esculturas estão espalhadas por todo o país, próximas a praias ou lagos, uma vez que ela pode ser comparada à figura das sereias que seduzem os viajantes.

A partir daí, podemos também observar a representação da mulher na arte Ocidental, pela qual normalmente é vista como objeto sexual ou de afazeres domésticos. Não por acaso, até hoje, as mulheres são vítimas de preconceito e subjugadas ao poder masculino, ao contrário do que se prega na superfície. Basta analisar quantas artistas conseguiram consolidar suas carreiras, se fizermos uma comparação com os tantos pintores e escultores que marcaram presença na história das artes visuais.

Apenas na Modernidade é que as mulheres conseguiram abrir um espaço mais evidente, ainda que muito aquém da potência de seus trabalhos. É aí que finalmente podemos ter um olhar feminino pelo próprio feminino, nos dando a oportunidade de compreender, de forma mais complexa e interessante, um universo outrora restrito a espelhar-se em estereótipos.

Dessa forma, o FAN 2013 convida o espectador a conhecer e refletir melhor sobre o feminino em nossa cultura, assim como na de nossos irmãos. Muitas vezes, é pousando os olhos no outro que podemos perceber a nós mesmos. Aweto!



(post escrito a partir de uma conversa esclarecedora com Antônio Sérgio, coordenador das ações de Artes Visuais, no FAN 2013)

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