Criação, produção, reflexão. A ideia da música no FAN 2013
é não separar (nem ordenar) os três, de forma que possamos transitar livremente
pelas expressões, estejam elas no estágio que for. É isso o que mostram os quatro
espetáculos absolutamente inéditos construídos para o festival, sempre em
perspectiva de possibilidades futuras. Assim, não queremos que o FAN dê
continuidade a uma relação distante entre um espetáculo pronto e o público: todos
serão parte ou testemunha do que está sendo visto e elaborado pela primeira
vez, naquele exato momento.
As barreiras fronteiriças de espaço são quebradas, reforçando
o conceito universal da arte. Artistas são convidados a entrar em diálogo com
novos pares, de forma coletiva, em lugar de reproduzir o que executam em seus
espaços próprios de criação e vivência. Músicos de Belo Horizonte entrarão em
contato com artistas de Gana ou Angola, por exemplo, assim como eles também terão
a oportunidade de conhecer os artistas daqui.
Por meio da atuação em várias vertentes, o festival levanta
questões a todo momento: de que forma tantos músicos, artes e linguagens
interferem em nossa criação? A arte negra se restringe à arte que é realizada
por pessoas de pele negra ou vai além disso? Por que as mulheres ainda não
assumem suas carreiras, a ponto de não depender tanto dos homens na música? Será
que devemos carregar o peso das vivências de nossos antepassados ou encontrar
formas de contar essas histórias?
Sem correntes, valorizando a ancestralidade africana,
priorizando o intercâmbio de ideias, experiências e linguagens, seguimos em
frente, em busca de uma musicalidade que seja relevante e impactante para Belo
Horizonte e para o mundo. Aweto!
(post escrito a partir de um papo delicioso com Sérgio Pererê, coordenador das ações da Música, no FAN-2013)
(post escrito a partir de um papo delicioso com Sérgio Pererê, coordenador das ações da Música, no FAN-2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário